7 de janeiro de 2010

Banho Não (inspirado na musica sapocururu)


Era uma vez um garoto da turma do “banho, não!”

Era uma vez uma mãe da turma do “já pro chuveiro!”

Certo dia, o tal garoto tirou os tênis perto da tal mãe e...

_ Minha nossa, Lourenço, mas que chulé! Já pro chuveiro!

“Ai meu Deus, banho não!”, pensou o garoto.

A saída foi...

_ Quem tá aqui, não é o Lourenço, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É o sapo Cururu, que não lava o pé, nem se rezar com fé!

_ Bom te encontrar, Cururu! Diga-me, por favor, seu sapo lambido: já que mora na lagoa... Passa o dia todo à toa... Por que não lava o bendito pé?

_ Porque na lagoa tem Cascavel, Maribel!

E pulou no colo da mãe que embarcou na história.

_ Minha nossa, Cururu, mas que cecê!

_ Quem tá aqui não é o Cururu, não!

_ Ah, não? Então, quem é?

_ É a Cascavel que chocalha, pois não tem toalha!

_ Bom te encontrar, Cascavel! Diga-me, por favor, sua cobra esperta: já que saiu do buraco, por que não lava o sovaco?

_ Porque não tenho mão, nem sabão, Maribel!

_ E saiu feito cobra pelo chão e se escondeu que nem um bicho debaixo da cama.

Quando voltou...

_ Minha nossa, Cascavel, mas que roupa suja?

_ Quem tá aqui, não é a Cascavel, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É o homem do saco, que só tem um casaco!

_ Bom te encontrar, homem do saco! Diga-me, por favor, seu velhaco: já que está aqui, por que não toma um banho quente e troca esta roupa urgente?

_ Porque no banheiro, tem vampiro atrás da porta, querendo morder minha aorta, Maribel!

E abriu o bocão, deixando os dentes à mostra.

_ Minha nossa, seu homem do saco, mas que bafo de sapo!

_ Quem tá aqui, não é o homem do saco, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É o Vampiro, que por um pescoço suspiro!

_ Bom te encontrar, Vampiro! Diga-me, por favor, seu dentuço: já que está aqui, por que não aproveita para escovar os dentes?

_ Porque pegaram minha escova de dente para servir de pente, Maribel!

Por falar em pente...

_ Minha nossa, Vampiro, mas que cabelo embaraçado!

_ Quem tá aqui, não é o Vampiro, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É o Lobisomem, que guardou a escova no abdômen!

_ Bom te encontrar, Lobisomem! Diga-me, por favor, seu lobo crente que mente: já que está aqui, por que não aproveita para cortar as unhas?

_ Porque com elas limpo o nariz e fico todo feliz, Maribel!

_ Minha nossa, Lobisomem, mas que orelhas encardidas?

_ Quem tá aqui, não é o Lobisomem, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É o Lobo-Mal que comeu a vovó!

_ Bom te encontrar, Lobo-mal! Diga-me, por favor, seu guloso: já que está aqui, por que não aproveita e limpa as orelhas, que tem mais cera que colméia de abelhas?

_ Porque não tiro minha carapuça, nem que a vaca tussa, Maribel!

_ Minha nossa, Lobo-mal, mas que carapuça? Não vejo nenhuma carapuça!

_ Quem tá aqui, não é o Lobo-mal, não!

_ Ah, não? Então, quem é?

_ É o Saci, que é igual a todo guri!

_ Bom te encontrar, Saci! Diga-me, por favor, seu moleque danado: já que está aqui, por que não aproveita e mergulha na banheira para acabar a brincadeira?

_ Porque lá já tem fish girl, Maribel!

_ Minha nossa, Saci- Pererê, mas que engano! É a Tetê tomando banho!

_ Quem tá aqui, não é o Saci, não!

_ Ah, não! Então, quem é?

_ É a Cuca, que cansou dessa conversa maluca!

_ Bom te encontrar, Cuca! Diga-me, por favor, sua bruxa com cara de jacaré: não vá me dizer também não lava o pé?!

_ Não vou mesmo, não, pois quem tá aqui não é a Cuca, não!

_ Ah, não? Então, quem é? Já estou ficando Lelé!

_ É o Lourenço, Maribel! Ô mãe, já sou crescidinho para colo, não cola esse papo pra “boi dormir”! Não gosto de tomar banho e ponto final. Fuiiiiiiiiii!

E o Cururu, quero dizer, o Lourenço, pulou fora!



Márcia Paschoallin

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