Era uma vez um garoto da turma do “banho, não!”
Era uma vez uma mãe da turma do “já pro chuveiro!”
Certo dia, o tal garoto tirou os tênis perto da tal mãe e...
_ Minha nossa, Lourenço, mas que chulé! Já pro chuveiro!
“Ai meu Deus, banho não!”, pensou o garoto.
A saída foi...
_ Quem tá aqui, não é o Lourenço, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É o sapo Cururu, que não lava o pé, nem se rezar com fé!
_ Bom te encontrar, Cururu! Diga-me, por favor, seu sapo lambido: já que mora na lagoa... Passa o dia todo à toa... Por que não lava o bendito pé?
_ Porque na lagoa tem Cascavel, Maribel!
E pulou no colo da mãe que embarcou na história.
_ Minha nossa, Cururu, mas que cecê!
_ Quem tá aqui não é o Cururu, não!
_ Ah, não? Então, quem é?
_ É a Cascavel que chocalha, pois não tem toalha!
_ Bom te encontrar, Cascavel! Diga-me, por favor, sua cobra esperta: já que saiu do buraco, por que não lava o sovaco?
_ Porque não tenho mão, nem sabão, Maribel!
_ E saiu feito cobra pelo chão e se escondeu que nem um bicho debaixo da cama.
Quando voltou...
_ Minha nossa, Cascavel, mas que roupa suja?
_ Quem tá aqui, não é a Cascavel, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É o homem do saco, que só tem um casaco!
_ Bom te encontrar, homem do saco! Diga-me, por favor, seu velhaco: já que está aqui, por que não toma um banho quente e troca esta roupa urgente?
_ Porque no banheiro, tem vampiro atrás da porta, querendo morder minha aorta, Maribel!
E abriu o bocão, deixando os dentes à mostra.
_ Minha nossa, seu homem do saco, mas que bafo de sapo!
_ Quem tá aqui, não é o homem do saco, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É o Vampiro, que por um pescoço suspiro!
_ Bom te encontrar, Vampiro! Diga-me, por favor, seu dentuço: já que está aqui, por que não aproveita para escovar os dentes?
_ Porque pegaram minha escova de dente para servir de pente, Maribel!
Por falar em pente...
_ Minha nossa, Vampiro, mas que cabelo embaraçado!
_ Quem tá aqui, não é o Vampiro, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É o Lobisomem, que guardou a escova no abdômen!
_ Bom te encontrar, Lobisomem! Diga-me, por favor, seu lobo crente que mente: já que está aqui, por que não aproveita para cortar as unhas?
_ Porque com elas limpo o nariz e fico todo feliz, Maribel!
_ Minha nossa, Lobisomem, mas que orelhas encardidas?
_ Quem tá aqui, não é o Lobisomem, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É o Lobo-Mal que comeu a vovó!
_ Bom te encontrar, Lobo-mal! Diga-me, por favor, seu guloso: já que está aqui, por que não aproveita e limpa as orelhas, que tem mais cera que colméia de abelhas?
_ Porque não tiro minha carapuça, nem que a vaca tussa, Maribel!
_ Minha nossa, Lobo-mal, mas que carapuça? Não vejo nenhuma carapuça!
_ Quem tá aqui, não é o Lobo-mal, não!
_ Ah, não? Então, quem é?
_ É o Saci, que é igual a todo guri!
_ Bom te encontrar, Saci! Diga-me, por favor, seu moleque danado: já que está aqui, por que não aproveita e mergulha na banheira para acabar a brincadeira?
_ Porque lá já tem fish girl, Maribel!
_ Minha nossa, Saci- Pererê, mas que engano! É a Tetê tomando banho!
_ Quem tá aqui, não é o Saci, não!
_ Ah, não! Então, quem é?
_ É a Cuca, que cansou dessa conversa maluca!
_ Bom te encontrar, Cuca! Diga-me, por favor, sua bruxa com cara de jacaré: não vá me dizer também não lava o pé?!
_ Não vou mesmo, não, pois quem tá aqui não é a Cuca, não!
_ Ah, não? Então, quem é? Já estou ficando Lelé!
_ É o Lourenço, Maribel! Ô mãe, já sou crescidinho para colo, não cola esse papo pra “boi dormir”! Não gosto de tomar banho e ponto final. Fuiiiiiiiiii!
E o Cururu, quero dizer, o Lourenço, pulou fora!
Márcia Paschoallin